quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A liberdade na perspetiva de J.P.Sartre

Dostoievski escreveu: "Se Deus não existisse tudo seria permitido". Eis o ponto de partida do existencialismo. De facto, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nem em si nem fora de si uma possibilidade a que se agarrar. Para começar não encontra desculpas. Com efeito, se a existência precede a essência, o homem nunca se poderá explicar por referência a uma natureza humana dada e definitiva; ou seja, não existe determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não existe, não encontramos já prontos valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta. Assim, não temos nem atrás nem na nossa frente, no reino luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós, sem desculpas. É isso que exprimo quando digo que o homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não se criou a simesmo e, por outro lado, livre, porque uma vez lançado no mundo é responsável por tudo aquilo que faz.

Jean Paul Sartre, O existencialismo é um humanismo

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